Por décadas, a personalização foi vista como um diferencial estratégico para empresas que implementavam sistemas SAP. Ajustar o ERP ao máximo para refletir processos internos era sinônimo de eficiência, controle e competitividade. 

No entanto, isso tem mudado com o tempo e uma das principais questões que surgem durante o processo de implementação SAP é: vale mais a pena personalizar ou adotar as configurações padrão? 

O fato é que não existe uma resposta definitiva, pois esta decisão depende de múltiplos fatores como o grau de complexidade do segmento, a maturidade digital da empresa, orçamento disponível, tempo previsto para o go-live e, claro, a visão de futuro para os negócios. 

Neste artigo, analisamos os prós e contras de cada abordagem, com foco em três aspectos críticos: flexibilidade, tempo de implementação e manutenção ao longo do tempo. 

O que significa personalizar o SAP? 

Personalizar o SAP (customization) envolve modificar ou criar funcionalidades específicas que não estão presentes no sistema padrão. Isso pode incluir desde a criação de novos campos em uma tela, até o desenvolvimento de lógicas de negócio completamente novas via código ABAP. 

E o que são configurações padrão? 

As configurações padrão (standard configuration) são os recursos nativos do SAP, concebidos com base nas melhores práticas de mercado. Ao utilizá-las, a empresa adapta seus processos às funcionalidades já disponíveis no sistema, evitando alterações no código-fonte. 

Flexibilidade: o grande trunfo da personalização 

A maior vantagem da personalização é a flexibilidade. Empresas com processos únicos, seja por questões regulatórias, diferenciais competitivos ou cultura organizacional, podem encontrar limitações nas opções padrão do SAP. 

Imagine uma empresa do setor farmacêutico com regras rígidas de compliance e rastreabilidade. Se o SAP padrão não cobre todas as exigências, a personalização se torna inevitável. Nesse contexto, adaptar o sistema à realidade do negócio pode ser mais vantajoso. 

Contudo, essa flexibilidade tem um preço. Quanto mais o sistema é personalizado, mais complexa se torna sua estrutura, o que pode gerar impactos diretos no tempo de implementação e na manutenção futura. 

Tempo de implementação: padrão é mais rápido 

Se o foco for um go-live ágil, as configurações padrão levam vantagem. Como já estão prontas e testadas em milhares de implementações pelo mundo, seu uso acelera significativamente o cronograma do projeto. 

Ao adotar os processos nativos do SAP, a empresa evita etapas intensas de desenvolvimento e validação, reduzindo riscos e custos de implantação. Essa abordagem é particularmente vantajosa em projetos de rollout global, fusões e aquisições ou em momentos em que o fator tempo é determinante para o negócio. 

É importante lembrar que optar pelo padrão não significa engessar a operação. Em muitos casos, as soluções SAP já cobrem mais de 80% das necessidades de uma empresa, e a adaptação interna aos processos pode ser mais eficiente do que moldar o sistema. 

Manutenção e atualizações: o custo oculto da personalização 

Personalizações exigem manutenção constante. A cada atualização ou upgrade do SAP, as modificações precisam ser revistas e, muitas vezes, reescritas. Isso demanda tempo, recursos e um time altamente capacitado. 

Além disso, ambientes muito customizados dificultam a adoção de inovações lançadas pela própria SAP, como funcionalidades baseadas em IA, novas interfaces ou integrações com soluções em nuvem. 

Em contrapartida, ao manter-se próximo do padrão, a empresa se beneficia de um sistema mais leve, com menor custo de suporte e maior compatibilidade com novas versões. 

Leia também: 

ABAP Cloud: o que você precisa saber 

Arquitetura híbrida como estratégia de implementação 

A questão não deve ser tratada como um dilema entre dois extremos. O cenário mais comum e recomendável é o de um modelo híbrido, em que o sistema é implementado majoritariamente com base nas configurações padrão, mas com personalizações pontuais e justificadas por requisitos específicos do seu negócio. 

Essa abordagem permite aproveitar o melhor dos dois mundos: a agilidade e robustez das soluções padrão e a capacidade de atender às particularidades que realmente fazem a diferença. 

Como decidir: critérios técnicos e estratégicos 

Antes de decidir entre personalizar ou adotar o padrão, é fundamental considerar: 

  • Quais processos da empresa realmente precisam ser diferenciados? 
  • A personalização proposta trará valor de negócio mensurável? 
  • Qual o impacto da customização em futuras atualizações do sistema? 
  • Há alternativas no ecossistema SAP que atendam à necessidade sem customização (como SAP BTP, extensões em Fiori ou parceiros certificados)? 

Coinov: Consultoria SAP especializada 

Ao implementar o SAP, a escolha entre personalização e configuração padrão deve ser guiada por uma análise pragmática, equilibrando agilidade, flexibilidade e sustentabilidade. Não existe uma fórmula universal, mas há um caminho inteligente: personalizar apenas quando o valor gerado superar claramente os custos e complexidades envolvidos. 

Na Coinov, acreditamos que o SAP deve ser um facilitador da estratégia, e não uma barreira. Por isso, ajudamos nossos clientes a tomar decisões conscientes, priorizando soluções robustas, escaláveis e alinhadas aos objetivos de longo prazo do negócio. 

Se sua empresa está avaliando uma implementação ou atualização do sistema SAP, fale com a Coinov. Nosso time de especialistas está pronto para apresentar uma solução sob medida para sua empresa. 

Leia também: 

Sinais de que sua empresa precisa de uma consultoria SAP 

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